Motta indica Paulinho da Força para relatar projeto sobre anistia a envolvidos no 8 de janeiro
- Redação

- 19 de set.
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Aliado do ministro Alexandre de Moraes, o deputado do Solidariedade deve buscar um texto de consenso, na contramão do que defende a ala bolsonarista do Congresso.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta sexta-feira (19) a escolha do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto de lei que discute a anistia para os envolvidos nos atos golpistas de oito de janeiro de 2023. A indicação é vista como um movimento estratégico no cenário político de Brasília.
A escolha de um parlamentar que não integra a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro para uma pauta tão sensível à direita é considerada um revés para a ala mais radical do Congresso. O projeto, que teve sua urgência aprovada, pode agora ser votado diretamente no plenário, e o parecer do relator será decisivo para seu avanço.
Em declarações à imprensa, Paulinho da Força sinalizou que não deve acatar o perdão total dos crimes, como defendem os autores da proposta. "Uma anistia ampla, geral e irrestrita, como quer a extrema direita, é impossível. É inconstitucional", afirmou o deputado, indicando que o caminho deve ser outro.
Articulação com o STF
A nomeação de Paulinho da Força também é analisada por sua conhecida aliança política com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes é o relator das ações penais contra os réus do oito de janeiro na corte, o que torna a escolha do deputado um forte sinal de busca por um texto consensual e de pacificação.
A expectativa de deputados do chamado centrão é que o relatório se afaste do perdão completo e foque em uma possível revisão da dosimetria das penas. O próprio relator afirmou que buscará o diálogo com ministros do STF para construir uma proposta que não coloque a Câmara dos Deputados em rota de colisão com o Poder Judiciário.









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