Estreia antecipada de “Homem com H” na Netflix gera polêmica e preocupa setor de cinema nacional
- Rony Costa

- 23 de jun.
- 2 min de leitura
Filme sobre Ney Matogrosso chegou ao streaming enquanto ainda está em cartaz nos cinemas, reacendendo debate sobre a falta de regulamentação nas janelas de exibição no Brasil
A estreia do filme “Homem com H” na Netflix, enquanto a produção ainda segue em exibição nas salas de cinema de várias cidades brasileiras, gerou forte repercussão nas redes sociais e entre profissionais do setor audiovisual. A chegada ao streaming aconteceu na última quarta-feira (18), com anúncio feito apenas um dia antes.
Dirigido por Esmir Filho, o longa acompanha diferentes fases da vida do cantor Ney Matogrosso, retratando desde a infância até o sucesso artístico, além de questões familiares e políticas vividas durante a ditadura militar. O ator Jesuíta Barbosa interpreta o protagonista, ao lado de nomes como Rômulo Braga, Bruno Montaleone e Jullio Reis.

A principal polêmica gira em torno da chamada janela de exibição, que tradicionalmente estabelece um período entre a exibição nos cinemas e a liberação nas plataformas de streaming. No Brasil, o prazo costuma variar entre 30 e 45 dias após o fim da exibição nas salas. No entanto, “Homem com H” entrou no catálogo da Netflix enquanto ainda figurava no Top 10 das bilheterias nacionais, com mais de R$ 13 milhões arrecadados.
Nas redes sociais, parte do público comemorou a novidade, destacando o custo alto das salas de cinema e a falta de acesso em cidades menores. Já críticos da decisão alertam para os impactos negativos na saúde financeira do cinema nacional.
“A questão não é o acesso, mas a velocidade. Isso desestimula as pessoas a irem ao cinema”, comentou um internauta em um perfil especializado.
Até o momento, Netflix e Paris Filmes, responsável pela distribuição, não explicaram os motivos da antecipação. Especialistas apontam que acordos como esse só acontecem pela falta de uma regulamentação específica sobre o tema no Brasil, o que deixa os produtores mais vulneráveis às condições impostas pelas plataformas.









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