Setur entrega certificados de qualificação para baianas de acarajé

Ação integra o Projeto Agô Bahia e busca fortalecer o afroturismo na capital e região metropolitana

Baiana com certificado em mãos durante cerimônia de formatura promovida pela Setur-BA, em Salvador _ Foto: Tatiana Azeviche

A Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA) entregou certificados de qualificação a 200 baianas e baianos de acarajé, mingau e de receptivo na última sexta-feira (23) em solenidade realizada em Salvador. A ação integra o Projeto Agô Bahia, voltado à valorização do afroturismo no Estado, e contou com a parceria da Associação das Baianas de Acarajé e Receptivo (Abam), além das secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).

Durante o evento, os participantes receberam ainda uma colher simbólica para bater massa de acarajé e o tradicional pano da costa, peça de vestuário de origem africana associada à ancestralidade.

“As baianas e baianos de acarajé, mingau e receptivo são uma grande referência da nossa cultura. Por isso, é fundamental qualificar esses empreendedores, tornando-os verdadeiros embaixadores do nosso turismo”, afirmou Juliana Araújo, diretora de Qualificação e Segmentos Turísticos da Setur-BA.

Rita Santos, presidente da Abam, ressaltou a importância da formação. “Essa iniciativa fortalece não apenas Salvador, mas todos os municípios da Bahia. Somos cultura viva e também somos turismo”, disse.

Aloan Damasceno, um dos formandos, herdou o ofício da mãe e da avó, que atuaram por décadas vendendo acarajé na estação da Lapa. “Decidi resgatar essa ancestralidade. Foram meses de vivência rica, que nos prepararam para atender com mais segurança e consciência”, declarou.

Para Shirley Ferreira, que trabalha com receptivo turístico, o curso ampliou a percepção sobre identidade racial. “Passei a me reconhecer como mulher negra e baiana”, afirmou. Já Maria das Graças Lima destacou o impacto na vida profissional: “Criei meus filhos com o que conquistei no tabuleiro. Essa qualificação fez toda a diferença”.

A formação teve carga horária de 32 horas e incluiu temas como qualidade no atendimento, marketing digital, manipulação de alimentos, letramento racial, automaquiagem, montagem de turbantes e tabuleiros, empreendedorismo, entre outros.