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Joe Biden é diagnosticado com câncer de próstata agressivo: o que esse diagnóstico representa e quais os alertas para os homens

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    Rony
  • há 2 dias
  • 4 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

Político de 82 anos apresentou sintomas urinários; em entrevista ao 071Cast, oncologista baiano explica a doença e destaca importância do rastreamento precoce

Ex-Presidente dos Estados Unidos, Joseph Robinette Biden Jr. (Joe Biden)
Joseph Robinette Biden Jr. (Joe Biden) serviu como o 46.º presidente dos Estados Unidos de janeiro de 2021 a janeiro de 2025 _ Foto: Arquivo Casa Branca

O ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado com uma forma agressiva de câncer de próstata, conforme comunicado oficial divulgado no último domingo (18). A notícia chamou atenção pela gravidade do diagnóstico e reacendeu o debate sobre a importância do rastreamento precoce da doença, que é o tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma.


Segundo a nota divulgada pela equipe de Biden, o político procurou atendimento médico após apresentar sintomas urinários crescentes. Exames detectaram um nódulo prostático, levando à realização de investigações complementares, que confirmaram o diagnóstico de câncer de próstata com escore de Gleason 9 (Grupo de Grau 5) – um indicativo de alta agressividade. O quadro se agrava com a presença de metástase óssea, ou seja, a disseminação do tumor para os ossos, o que reduz as chances de cura e exige um tratamento mais complexo.


Apesar da gravidade, há um ponto positivo: o câncer de Biden é sensível a hormônios, o que permite alternativas terapêuticas mais eficazes para controle da doença. O ex-presidente e sua equipe médica avaliam atualmente as possibilidades de tratamento.

Oncologista clínico André Bacellar
Oncologista clínico André Bacellar_ Foto: Acervo Oncoclínicas

Papo com especialista


Para esclarecer as dúvidas sobre o que esse diagnóstico significa e quais as implicações clínicas para casos como o de Joe Biden, o Portal 071 News conversou com o oncologista clínico André Bacellar, da Oncoclínicas Bahia. O especialista participou de um bate-papo no 071 Cast, podcast oficial do portal, trazendo explicações de forma clara e direta.


Segundo o Dr. Bacellar, o escore de Gleason é um sistema que classifica a agressividade do câncer de próstata com base na aparência das células tumorais. “Quanto mais indiferenciado é o tumor, maior a sua agressividade. O escore vai de 6 a 10. Tumores com escore 9 ou 10 são altamente agressivos, com maior risco de metástases e sintomas locais, já que a próstata está próxima da bexiga e do reto”, explica o médico.


Metástase óssea: quando o tumor avança


A metástase óssea, observada no caso de Biden, indica que o câncer se espalhou para os ossos – um estágio avançado da doença. “É uma das formas mais comuns de disseminação do câncer de próstata. Pode causar dor, fraturas e dificuldades de locomoção, especialmente quando afeta regiões como a coluna”, alerta Bacellar.


Nessas situações, o foco do tratamento deixa de ser a cura e passa a ser o controle da doença e a manutenção da qualidade de vida do paciente. “Hoje contamos com opções que vão desde bloqueio hormonal até medicamentos orais mais modernos e radioisótopos, que são partículas que levam radioterapia diretamente ao osso afetado”, detalha.


Sintomas e sinais de alerta


Um dos maiores desafios do câncer de próstata é justamente sua característica silenciosa. De acordo com o Dr. André Bacellar, “na fase inicial, o tumor geralmente é assintomático, o que reforça a importância do rastreamento”. Quando os sintomas aparecem, podem incluir dificuldade para urinar, sangue na urina, dores nos ossos ou problemas renais – sinais que, muitas vezes, surgem apenas em estágios avançados da doença.


Rastreamento é fundamental


O diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de próstata. Por isso, médicos recomendam que homens a partir dos 50 anos realizem anualmente o exame de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal. Para aqueles com histórico familiar da doença, o rastreamento deve começar ainda mais cedo, por volta dos 45 anos ou até antes, conforme orientação médica.


“Se conseguimos identificar o câncer na fase inicial, a chance de cura é muito alta. Por isso, é fundamental que os homens se conectem com seus urologistas, tirem dúvidas e façam o rastreamento regularmente”, reforça o oncologista.

Câncer de próstata no Brasil


Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados mais de 71 mil novos casos de câncer de próstata por ano no Brasil entre 2023 e 2025. Cerca de 75% dos diagnósticos ocorrem em homens com mais de 65 anos. Embora fatores genéticos possam influenciar, o envelhecimento é o principal fator de risco.


Mutação em genes como BRCA1 e BRCA2, mais conhecidos por sua relação com o câncer de mama e ovário, também pode aumentar o risco para o câncer de próstata, especialmente em casos hereditários. A presença de casos na família deve servir de alerta para um acompanhamento mais rigoroso.


Podcast especial no ar



O episódio completo do 071Cast com o Dr. André Bacellar já está disponível no Spotify e também nas redes sociais do Portal 071 News. Em poucos minutos, o especialista explica de forma objetiva o que é o câncer de próstata agressivo, seus sintomas, o impacto da metástase e as perspectivas de tratamento.


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